Saúde

Taping: conheça a técnica que auxilia na recuperação do pós-operatório de plásticas e partos

Uma fita elástica, porosa, adesiva e hipoalergênica que pode permanecer em contato com a pele por vários dias

Foto: Divulgação - O ideal é realizar a aplicação com o paciente ainda sedado ou

Por Joana Bendjouya

Com uma apresentação de textura e elasticidade muito semelhantes à pele, o taping é uma bandagem elástica e contensiva que vem sendo muito utilizada no pós-cirúrgico, trazendo inúmeras vantagens para os pacientes no processo de recuperação. Esta elasticidade, que é uma característica presente neste recurso, preserva a mobilidade do corpo, reduzindo assim eventuais chances de complicações após o procedimento cirúrgico. A aplicação do taping é utilizada imediatamente na pele do paciente após a realização da cirurgia ou do parto, aplicado inclusive, antes da colocação da malha, quando recomendado, nas cirurgias de cunho estético.

A aplicação deve sempre ser realizada por profissionais capacitados para a técnica, na medida em que é necessário ter a tensão e o tamanho da bandagem adequados para cada paciente.

Além disso, a fisioterapeuta Luiza Weymer explica que as fitas contribuem na recuperação uma vez que tem a função de reduzir a tensão de tecidos próximos às cicatrizes, contribuindo para evitar complicações quanto a cicatrização ou inflamações na região. “É um método com embasamento científico que tem como objetivos principais, na área da cirurgia plástica, minimizar o edema, que são os inchaços, evitar as equimoses e reduzir ou impedir a formação das fibroses”, explica.

O ajuste realizado pela fitas faz descompressão de tecidos que sofreram danos durante o procedimento cirúrgico. “A pele é elevada e assim se abrem os vasos linfáticos, que permitem maior drenagem do líquido que até então estava congestionado no espaço entre os tecidos abaixo da pele, com a colocação do taping a gente atua favorecendo sua absorção”, explica a fisioterapeuta.

A bandagem elástica pode ficar na pele de cinco a sete dias, e cabe ao fisioterapeuta especializado avaliar qual o melhor corte a ser aplicado e as tensões que serão empregadas nas fitas. Sua aplicação, por consequência, reduz a dor e melhora a mobilização do tecido cicatricial, uma vez que a dor causada pela pressão exercida nos receptores sensoriais é aliviada através das ondulações que a bandagem promove, devido à elevação da pele.
Segundo Luiza, este é um recurso que pode ser utilizado em cicatrizes hipertróficas e com quelóides, pois ele provoca sobre a cicatriz uma pressão positiva e, dessa forma, um realinhamento das fibras de colágeno, evitando assim o desalinhamento das células. 

Na cirurgia plástica
Ao realizar uma cirurgia plástica, uma das grandes preocupações dos pacientes, sem dúvida, é em relação ao pós-operatório e os resultados. Afinal, este é um período muito importante, no qual são necessários diversos cuidados para evitar dores e desconfortos, o que também irá garantir uma recuperação mais rápida e segura. Nesse contexto, a fisioterapeuta explica que o taping é um grande aliado para contribuir no processo de recuperação dos pacientes de qualquer procedimento cirúrgico tanto estético quanto reconstrutivo e que o melhor momento para iniciar o tratamento com a bandagem é ainda no centro cirúrgico. Segundo ela, neste momento o profissional começa o trabalho ainda no início do processo inflamatório, o que garante um resultado mais eficiente. “Assim que acaba a cirurgia, após o último ponto, geralmente o paciente está acordando e eu já começo a aplicação do taping contensivo. O ideal é que seja feito desta forma, porque é quando o paciente está entrando no que nós chamamos de fase inflamatória, que é quando começaria a criar os edemas, roxos e a aparecer as primeiras dores”, explica, justificando que dessa forma os tecidos serão reorganizados e a área livre entre eles, em virtude do processo cirúrgico, diminuindo o acúmulo de líquido e controlando o processo inflamatório.

É muito importante que o procedimento seja realizado por profissionais capacitados para a técnica, na medida em que é necessário ter a tensão e o tamanho da bandagem adequados para as necessidades de cada paciente.

Vivenciando a técnica
Para Laura* (nome fictício, a pedido), que vivenciou duas cirurgias estéticas com técnicas pós-operatórias e recuperações totalmente diferentes, ela comenta que os benéficos que o uso desta técnica pode trazer neste período são possíveis de se perceber ainda quando se está na mesa de cirurgia. “Há sete anos eu fiz uma mamoplastia e lipoaspiração, na época não era usual o taping, tive um pós-operatório bem difícil, fiquei com muito hematoma e edema. Pra mim era muito complicado o manuseio da cinta modeladora, senti muita dor nos pontos, quando trocava os curativos eu tinha sempre uma sensação de insegurança. Não satisfeita com o tamanho da mama, eu resolvi realizar novamente uma mamoplastia redutora e junto, uma lipoaspiração. A escolha do médico é fundamental e eu fui muito feliz, porém, tenho também absoluta certeza que desta vez, tudo foi mais fácil pelo uso do taping. Ao acordar da anestesia, já estava acontecendo a aplicação do taping, a gente sente aquela leve pressão, que já me dava uma sensação de segurança. Meu pós-operatório foi praticamente os cuidados habituais como troca de curativo e posições, pois a segurança que ele dá é absurda, a sensação de estar firme, a facilidade de manusear a cinta, de movimento, tudo, foi incrível! A diferença que senti da primeira para a segunda cirurgia, sem e com o taping foi muito grande. Esse atendimento antes, durante e depois, me senti protegida com e com uma recuperação sem edema, pouquíssimos hematomas e zero dor”, relata.

No parto
As fitas adesivas específicas proporcionam uma melhor sustentação e drenagem dos tecidos. A aplicação das fitas podem ser realizadas logo após o parto, conforme explica a fisioterapeuta Luiza Weymar. “Enquanto está acontecendo o parto eu já acompanho o procedimento no bloco, assim que termina, faço uma proteção na cicatriz também, para ela ficar bem fininha. Podendo trazer uma segurança para os movimentos desta mãe. Diferente da cinta, que limita os movimentos, estas faixas elásticas permitem o movimento, além de uma recuperação muito mais rápida”.

Orientações para o uso do taping
Além de precisar ser aplicado por profissionais capacitados para técnica, não são necessários outros cuidados ou recomendações durante o período que estiver com a bandagem. Segundo a fisioterapeuta, inclusive o banho que muitas vezes pode gerar dúvida para os pacientes sobre poder ou não molhar a bandagem até a retirada. “As fitas não descolam com água, o banho pode ser tomado normalmente com algumas instruções para secar, ou que no primeiro atendimento já passo para os pacientes”, explica Luiza, que orienta caso o taping seja molhado, que é possível secar com a toalha ou se necessário, fazer o uso de um secador de cabelo em temperatura de morno para frio.

Os pacientes também são beneficiados pelo fato de minimizar as dores musculares pós-operatórias. A aplicação previne intercorrências, acelera a recuperação e permite maior autonomia ao paciente. A técnica pode ser aplicada no próprio hospital ou preferencialmente nas primeiras horas após a cirurgia, pois quanto mais precoce a aplicação, maiores serão os benefícios.

Outra orientação fundamental envolve a retirada do taping. A remoção da bandagem deve ser feita por fisioterapeutas especializados nessa técnica, a fim de garantir toda a segurança da recuperação do procedimento cirúrgico. “Utilizar desse recurso não é simplesmente colar as fitas, para que o tratamento seja bem sucedido existem particularidades que precisam ser respeitadas, tanto do tipo de material que será usado como da aplicação”, ressalta Luiza.

O uso das faixas de taping podem ser usadas tanto no pós-parto, normal ou cesárea, uma vez que auxilia no retorno externo onde a mulher pode perceber seu corpo voltando a forma de antes do parto, como a recuperação interna com reorganização dos tecidos que também favorecem na sensação de bem-estar.

Para Roberta Nunes Bosenbecker, além de auxiliar no pós-parto, que foi normal, ela relata que sentiu outros benefícios como a firmeza da pele para realizar movimentos, que era uma das suas preocupações, além da ausência de dores e edemas, a possibilidade de recuperar de forma precoce o seu peso e forma física antes da gestação. “Eu faço atividade física faz 11 anos e pratiquei até o nascimento da minha filha, me preocupava muito aquela questão de ‘pele solta’ que muitas mulheres relatam, mas eu não senti nada disso. Faz apenas 50 dias do parto e eu já voltei a minha rotina, além de ser super prático, me senti mais segura, e sinto minha forma de volta, estou apenas um quilo acima do meu peso antes de engravidar”, conta.

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